domingo, 22 de janeiro de 2012

Linhas de Nasca em Perigo

Restaurando uma linha de Nasca

Oi, pessoal,

Sei que prometi uma postagem sobre um certo túmulo. Vai ter que ficar pra semana que vem, porque fiz uma cirurgia no nariz e preciso ficar em repouso uns dias. Logo que puder, volto a visitar os blogs de vocês.

Por enquanto, deixo o meu texto Senhores turistas, apressem-se!, que fala sobre as Linhas de Nasca. Espero que gostem.

Linhas prontinhas pra orientar o pouso de discos-voadores?

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Lima Antiga

Árvore de Natal enfeitada com cerâmicas tradicionais peruanas

Mistura de árvore de Natal, bolo de noiva e mostruário de artesanato peruano, esse enfeite monumental será a única imagem moderna desta postagem. Estava plantado na Praça Maior, em pleno Centro Histórico de Lima, quando chegamos e já deve ter sido removido. Ao contrário da Catedral de Lima, que se reergueu várias vezes depois de terremotos, e ainda está lá.

Redesenhada e reconstruída há séculos, estava assim, em 2011

Porta imponente, em uma catedral que parece feita de pedra...

...mas, por dentro, é de carvalho, cedro e gesso, imitando alvenaria.

Os povos pré-hispânicos não conseguiram ensinar aos invasores espanhóis suas técnicas de construir edifícios resistentes a terremotos, mas deixaram outros traços culturais bem visíveis nas igrejas católicas peruanas.

O antigo culto à Pacha Mama, a Mãe Terra, continuou na figura de Nossa Senhora. A identificação com a Pacha Mama (pronuncia-se pátcha máma) tornou o manto de Maria mais amplo, deu-lhe um jeito de montanha.

Do seio das montanhas, escorre o leite dos rios

A antiguidade peruana transparece no viver contemporâneo. Mesmo em modernos e confortáveis bairros residenciais, como Miraflores e San Isidro, evidências de civilizações pré-incaicas surgem de repente.

Templo e centro administrativo pré-inca, em Lima

O Peru teve muitas outras culturas com características próprias, além da cultura Inca. Para mencionar algumas, houve as culturas Chancay, Paracas, Nazca, Pukara, Tiahuanaco, Wari e por aí vai. Cada uma floresceu em uma época e em um local diferente. Os Incas foram importantes por seu alto grau de desenvolvimento e por estar no poder, governando outros povos, quando os espanhóis chegaram.

Por hoje chega. Na próxima, continuo em Lima, com uma confissão deselegante: eu quis cuspir num túmulo.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Lima à Beira Mar

Era antevéspera de Natal quando chegamos a Lima, cidade de 8 milhões de habitantes, banhada pelas gélidas águas do oceano Pacífico. Gélidas pra valer, a ponto de os surfistas só entrarem no mar, vestindo roupas de neoprene, de manga longa e calças compridas. A praia tem pouca areia grossa. O resto são pedregulhos cortantes. O bom mesmo é admirar as ondas do alto, tarefa fácil, pois Lima fica sobre um paredão de 80 metros, à beira mar.

Cidade à prova de tsunami

Ficamos no charmoso, próspero e seguro distrito de Miraflores, onde encontramos uma árvore de Natal de três andares de altura. Era a árvore do shopping Larcomar, centro de compras construído dentro do paredão costeiro.

Há mais andares de shopping escavados abaixo da árvore.

O shopping encravado no rochedo, visto da praia pedregosa

Para os padrões brasileiros, o verão limenho é frio de manhã e à noite. Ao meio-dia, dá pra usar bermuda e mangas curtas. Tamanha amplitude térmica evidencia um fato importante sobre o Peru: toda a zona litorânea do pais é um deserto. Lima é um deserto com lindos jardins.

Deserto florido pelo milagre da irrigação artificial

Sobre estes jardins, caem 15 minutos de chuva a cada dois anos

Fora dos canteiro irrigados, nem mato cresce

Lima não tem bueiros porque não precisa. É uma de suas características. Outra é que seus prédios, muitos ultramodernos, costumam ser baixos, por causa dos terremotos.

Prédios com mais de nove andares são exceção

Lembrete entre os elevadores do hotel: 
Não usar em caso de terremoto ou incêndio

Enquanto estivemos no país, não houve terremotos, mas houve incêndios pra todo lado. O povo religioso e festeiro mora em casas de madeira e adora soltar fogos. Já viu, né?

Na próxima postagem, abordo a Lima colonial e arqueológica. Não percam! :)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um Brinde Peruano

Oi, gente querida! Tudo bem com vocês?

Eu estou ótima. Acabei de voltar do Peru. Que país incrível!

Estejam avisados de que vou falar sobre a viagem por uns meses.

Pra começar, um brinde com Pisco Sour, o drink de boas-vindas que nos esperava em todos os hotéis (e ficamos em quatro hotéis diferentes, o que já garante um pré-pilequinho razoável).

Pisco, suco de limão, clara de ovo batida, 
xarope de açúcar etc. e tal

Pisco é uma aguardente feita de uva. O Pisco Sour lembra uma caipirinha com um colarinho de clara espumante. É doce e alcoólico o suficiente para subir feito um foguete. A polícia peruana revista as malas para saber se algum passageiro inconsequente resolveu levar um Pisco Molotov que possa pôr em risco o voo.

Mas há bebidas mais leves. Quem gosta de cerveja tem que experimentar uma Cusqueña.

Tem da clara e da escura. Ambas ótimas, segundo meu marido.

Pros fãs de refrigerantes, a Inca Kola é indispensável. Bate a Coca-Cola na preferência do povo peruano. E olha que a Coca fez de tudo pra vencer essa guerra. Como não conseguiu, apelou e comprou 49% da concorrente Inca.

Na minha opinião, tem gosto de chiclete efervescente

Sim, a Inca Kola é tradicional (existe desde 1935), mas é industrializada. Quer um refresco diferente? Opte pela chicha morada (pronuncia-se tchítcha moráda). É feita com milho morado, um milho peruano, bem escuro. 

Mas preste atenção: se pedir só chicha, sem dizer o morada, vão te dar uma cerveja andina, de milho.

Refresco meio sem graça. Prefiro Inca Kola.

Quer algo diferente e cheio de calorias? Peça um suco de lúcuma, uma fruta que lembra o gosto de abacate, melão e manga misturados. É delicioso. Mas a maravilha mesmo é o sorvete de lúcuma.

Fruta muito doce, com semente de uns três centímetros

Ah, sorvete de lúcuma com chocolate é uma invenção dos deuses.

Tá certo, exagerei um pouquinho. Ainda mais porque os deuses deram algo ainda melhor aos andinos: a folha de coca. Em forma de chá, bala, ou mascada in natura, a folha de coca diminui a fome, a sede e o cansaço. É boa para a digestão, cura dores de cabeça e o mal de altitude, que acomete muitos turistas. Não vicia nem é alucinógena. Folha de coca não é cocaína, mas é um estimulante poderoso. Uma única folha equivale e quatro xícaras de café.

O gosto não é dos melhores, mas faz milagres

Quem vai só a Lima não precisa de chá de coca, mas quem chega a Cusco, por exemplo, deve tomar uma xícara logo no hotel e tirar uma soneca de duas horas. Aí estará pronto pra subir montanha feito uma lhama.